sábado, 20 de agosto de 2011

Fé gélida

Em um dia nublado e chuvoso parece que cada nuvem representa um regresso na sua vida, um arrependimento,
uma ferida, um descaso.. Parece que cada rajada de vento representa uma palavra que você ouviu e doeu, ou até mesmo uma palavra que você mesmo disse e doeu. Não sei de vocês, mas nas minhas piores experiências
esse tempo estava comigo, fazendo de companhia seu apático humor. Esse tempo nostálgico e sombrio já
me trouxe muita dor. Hoje não mais, porque mais do que nunca eu sei que lá em cima, sob as nuvens, o sol brilha
sem parar, e esses mesmos flocos pesados são efêmeros, comparados á minha vontade única de (sobre)viver.
Do mesmo jeito que eu vejo daqui a cidade inteira, coberta por uma massa cinzenta e depressiva, eu também vejo poucos prédios, mas pra mim, cada um deles representa uma vitória, uma superação, um pedido de desculpa, uma permissão mental para se viver. mesmo sendo poucos os prédios, e se minha memória e imaginação permite, nada me impede de lembrar sentimentos e assim criar novos prédios, arranha-céus gigantes...
Vocês devem estar pensando que estou debruçado na janela do meu quarto, lamentando demais o que já passei. Sim, de certa forma vocês acertaram...Estou debruçado sobre minha janela, mas não lamentando. Jamais.(...)
Com que velocidade eu não sei, mas que essas nuvens vão passar e visitar outra freguesia elas vão.. Hão de ir!
Pois sinto muito, meu santo é forte e minha fé é tremenda e desse frio eu nunca mais hei de tremer. Amém.

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