Sara, 29 anos. Paulista da Freguesia do Ó, da nata.
Cansada da dúvida que a tomava conta, Sara procurou de novo o médico. Não sabia se ia em um psiquiatra mais uma vez ou em qualquer tipo de médico. Ela precisava que fosse médico e que a entendesse. Dessa vez, para inovar, marcou de ir em uma pediatra aleatoriamente, como já disse, necessitava apenas ser médico(a).
No dia da consulta ela logo se aprontou, entrou na sala da médica e logo em seguida a mesma a recebeu e questionou :
- Boa Tarde! Como você está? Aliás, aonde está sua filha(o)?
- Boa tarde, doutora. Meu caso é diferente, eu não tenho filha ou filho, eu apenas quero tirar uma dúvida sobre mim.
A médica logo pensou que fosse apenas uma dúvida relacionada a crianças ou até pré-adolescentes, mas logo foi surpreendida.
- Doutora, aliás posso te chamar de Regina?
- Como quiser meu bem.
- É o seguinte Regina, eu tenho um problema, e não está nada relacionada a sua área de domínio..mas como dizem que se eu tenho algum problema, eu devo recorrer aos médicos, é aqui que vim dessa vez.
- Olhe Sara, tudo bem. Se eu souber te responder, ficarei aliviada.. mas conte logo, estou morrendo de ansiedade já.
- Tudo bem. Olha..Será que conto?
- Agora que já ajoelhou, reze!
- Regina.. eu não sou feliz.
- Tudo bem, agora diga logo o problema.
- Não doutora! O problema é esse! Eu não sou feliz..
- Era isso?
- Sim! Nossa.. minha infelicidade é tão indiferente assim?
- Não Sara! Imagine..Eu pensei que realmente algo diferente, mas já que é isso, tentarei te ajudar. Eu não sou psicóloga, aliás você já procurou uma?
- Já, quer dizer, eu fui em um psiquiatra, e ele disse que meu problema não é patológico, é emocional, e a chave da resposta eu devo encontrar em mim mesma. Ai! Sabe! Odeio essas coisas de psicologia, essas coisas subentendidas, essas frases soltas no ar..Eu queria algo concreto. Por que eu não sou feliz?
- Bom Regina, eu não tenho domínio nessa área, como já disse, mas eu vou te fazer algumas perguntas, e através da sua resposta você mesma irá entender o "Q" da questão.
- Ok, pode perguntar.
- É possível alguém estar triste?
- Sim.
- É possível alguém ser triste?
- Sim.
- É possível alguém ser feliz?
- Não.
- É possível alguém estar feliz?
- Sim.
- Você entendeu agora?
- Nossa! Meu Deus, eu nunca pensei desse jeito. Não acredito Doutora, não acredito! Levei tanto tempo para entender que....
Como de costume, todo mundo apresenta um início, drama inicial, a tensão final e o desfecho.
Farei diferente. Eu sei como termina esse conto, mas eu queria saber de você que está lendo aí, o que acha que aconteceu. Da resposta, eu consigo tirar pelo menos um traço de sua personalidade.
Então me responda : O que será que Sara levou tanto tempo para entender?
Surpreendam-me, abraços.
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